

É de lá que surgiram Reis, Rainhas, castelos e a língua inglesa. Mais tarde a música também ganhou vida com eles. Veio Led Zeppelin, os Beatles, o Iron Maiden e, agora, os Arctic Monkeys. É lá mesmo, o Reino Unido, que será assunto dessa nobre coluna, às terça-feiras.
E se é para começar do começo, que assim seja! Pois então, a Inglaterra Medieval contou com muitas dinastias e reis poderosos. Porém, uma das mais marcantes foi a dos "Tudors", fruto da virgem e poderosa Rainha Elizabeth, que rendeu muitas versões no cinema e em livros. O seriado é norte-americano, mas tem co-produção com o Reino Unido e é filmado na Irlanda. Já rendeu diversos prêmios pela boa atuação dos personagens e pela maravilhosa fotografia e figurinos que fazem você escolher a Europa como próximo destino das férias!
No momento, a série que conta a trajetória do Rei Henrique VIII está em sua terceira temporada. No Brasil, ainda na segunda, mas mesmo para quem tem acesso ao canal pago People & Arts, pode ter perdido o começo dela. Por isso vale a pena alugar os DVD´s que são facilmente encontrados nas locadoras. A quarta temporada tem estréia marcada só para 2010 e vai marcar a decadência do Rei Tudor.
Em meados de 1500, quando os portugas estavam descobrindo o Brasil, na Inglaterra, dominava um rei totalmente louco e imprevisível. O comportamento do rei que fez cabeças rolarem todas as vezes que mudava de ideia, instiga o telespectador a saber o antes, o depois e o que tudo isso influencia no hoje (que pretendo retratar pouco a pouco nessa coluna). Como todo filme ou seriado, não podemos confiar totalmente nos detalhes e achar que estamos tendo um aula de história divertida. O jornal New York Times, em sua resenha sobre a série, zomba dos exageros da história que tornam a série mais gostosa de assistir. O jornal alerta: não pense que a vontade de Henrique VIII em anular seu casamento com a Rainha Catarina para casar-se com Ana Bolena, derrubou a igreja. Mas é claro que o fato do Rei ter negado a o catolicismo para poder satisfazer seus luxos, trouxe consequências irreversíveis para o seu reinado.
Conheça um pouco de personagens que passam mais discretamente pelas duas primeiras temporadas:
Thomas More – foi chanceler do Rei por muitos anos, mas fez história por suas dezenas de livros publicados (incluindo Ricardo III, que inspirou Shakespere) e seus conhecimentos em leis e direito. Foi também um especialista em teologia e católico fervoroso, contra a Reforma de Lutero, mostrada sutilmente na série.
A criação da imprensa e seu uso para divulgar ideias contra e a favor da igreja também são mostradas sutilmente pela série.
Thomas Tallis – organista e compositor inglês da música renascentista. É conhecido como o pai da música inglesa de catedral e, na série, aclamado como gênio da música por todos que vivem na corte.
Cardeal Wolsey – foi por um bom tempo chanceler do Rei e, como mostra a série, tinha completo domínio do reinado. Utilizou sua posição de confiança até para tentar o papado. Na série, ele representa bem os interesses e a corrupção da igreja que ficam mais claros quando a figura do Papa aparece, na segunda temporada.
Clique aqui e assista a um dos trechos que fazem muitos acharem que a série é mais sexo do que história.