quarta-feira, 1 de julho de 2009
Seus pobremas se acabaram-se
É mais ou menos assim que parece pensar a Câmara que está sedenta pela votação e aprovação o quanto antes da nova Lei Eleitoral. Como sempre (quando de interesse dos que mandam por lá) parecem acreditar que tudo irá se resolver da melhor maneira possível assim que a Internet for completamente liberada, como em um passe de mágica. Nem a varinha do Harry Potter seria tão poderosa para fazer acontecer tudo o que eles esperam.
Está difícil entenderem que sem conteúdo não adianta querer copiar absolutamente tudo o que Obama fez, tem que ter conteúdo de qualidade para preencher todos os espaços, tanto físicos quanto virtuais. A Internet é um espaço mais democrático que os meios de comunicação tradicionais, em que a interatividade chega a ser piada. Mas a pergunta que os políticos ainda não encararam é: estou preparado para interagir com o eleitor? Fazer um blog é fácil, quero ver quem vai liberar comentários e dialogar de igual para igual com os internautas. São tantas questões realmente importantes que chega a ser brochante ver como muitos simplificam a debato no dicotomia: bom X mau / contra X a favor. Para quem quer saber mais sobre estas e outras questões indico o blog Trezentos, com vários textos críticos ao projeto do senador Azeredo sobre de 'crimes digitais'.
Mas como a Internet ainda não é assunto para cerca de dois terços da população brasileira - que, infelizmente, continuam sem acesso à rede, temos ainda que ouvir essa história de libera outdoor porque superfaturou a produção de cartazes, proíbe outdoor, libera novamente, proíbe, e assim vai.
E as doações? Não há lei que faça com que empresas interessadas deixem de doar a partidos e políticos que acreditam ou querem que ganhem e pronto. Já está mais do que na hora de colocar isso na cabeça e parar de tentar enganar e fingir que com a doações particulares tudo irá se resolver. Sabemos que não vai, não podemos tentar aplicar o exemplo dos Estados Unidos ao Brasil, somos diferentes, estamos em um outro momento social, econômico e democrático.
Doar é democrático, sem doação não há campanha, sem campanha o povo não ficará conhecendo seus candidatos e assim votarão provavelmente ainda pior do que já fazem hoje. Enfim, não é o ideal, mas é o que temos por enquanto e não adianta tentar remendar as coisas aos 45 do segundo tempo. Sem tempo para o debate necessário e literalmente, 'nas coxas'.
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